Saturday, January 27

Ouro de Fotografia

Por Cláudio Azevedo


Sou a sombra ou escuridão?
Eu que vejo a natureza ou o sol que enxerga tudo?
Sou a forma ou a alma da solidão?
E a vida, se faz de seres ou de sombras?
Mas seres sem sombras?
E sombras sem seres?
Sombras mudas, cegas, surdas
Sombras sinceras, simples, escuras
Sombras: Mistério e filosofia
Componente parte de uma alquimia
Alquimia da fotografia.



Friday, January 26

Boletins da cidade dos rios sufocados 1



Eu olho pra gata que se contorce e mia como se um enxame fosse sair pela cabeça.
Ela vai vomitar pelos olhos outra vez.
Talvez eu tivesse pena dela em outra situação.
Mas eu também estou sozinha com isso,
que pelo menos a maldita felina divida o segredo e a sina comigo.
Com um gosto muito ruim estalando na língua, decido, entre outras coisas, que já é hora de abandonar os adoçantes saudáveis.
Assumir que não haverá um lugar daqui a 100 anos para se viver com esse corpo por 100 anos.
Que são só seis anos.
Por deus, pelos próximos seis anos pretendo realmente consumir muita vida. Ou o que for possível. Por falar nisso, me contaram que alguns viciados em cocaína têm um “tique nervoso” na eminência de usar a droga. Vontade de cagar. Eu desvendei o que é isso. É a ansiedade da aproximação de algo que contém as duas faces do desejo. Vocês me entendem, a compreensível e a parte negra. Como antes de entrar no palco quando você sabe que vai cativar. Como se apaixonar ferozmente por aquilo que não lhe pertence. È o que acontece comigo, que me divirto sonhando com catástrofes e o fim do mundo. Já que eu não posso evitar. Maldita dieta, a fome me deixa emotiva.
A gata faz um nó de si mesma, querendo aproximar com raiva todos os seus átomos, diminuir todos os grandes vazios que existem entre eles, como nós fazemos no shopping center, crenças emprestadas e outras drogarias. Condensar-se ao máximo, voltar a ser ponto, sumir, explodir pra dentro.
Sim, pode se parecer com um orgasmo, mas ao avesso.
(Também sei o motivo das dores de estomago de kurt cobain. Alergia, mas eu não acredito realmente que ficar sem glúten teria diminuído a agonia dele e que a heroína não seria mais forte. Então de que teria adiantado avisar)?
Gosto de ficar espiando quem outras pessoas dizem que são na internet, pra tentar me reconhecer.
Agora a gata caça borboletas imaginárias, tem alguém gritando na rua de trás, tem alguém fritando no apartamento ao lado, não é cedo nem tarde de uma quarta-feira. Meus pés estão descascando e minhas pernas estão cansadas. Aparentemente eu não saio muito do lugar,
mas a verdade é mentira.
Porque eu já fui um pouco de todos os lugares que existem.
Fascination street, todos nós adoramos acreditar que ainda estamos numa, mas a verdade é que temos tirado ânimo e paixão de pedra.
Por dentro. Eu disse antes e repetirei muitas vezes, maldita dieta.
Quando eu não posso comer, acumulo livros e situações. Como um cão de guarda, comida é o que mais me dopa. A verdade é que o super-mercado faz isso com todo mundo, só que a maioria não percebe porque já se acomodou demais ao fundo. Eu pareço ter sido feita pra boiar, existir entre dois ou mais estados. Com o tempo se torna uma coisa quase normal.
A verdade é mentira.
A gata dormiu e eu nunca saberei o que ela viu, mas sei tudo o que EU já vi. Seria uma loteria interessante poder esquecer. Eu me cagaria diante dessas duas pílulas.
Se eu avisasse o mundo, adiantaria?
Se eu tivesse avisado os garotos da cidade onde eu nasci adiantaria?

Os garotos da cidade em que eu nasci prezam sua curiosidade, não domam sua sensibilidade, quase nunca fogem. Eles carregam bucolismo porque é bom ser assim. Sem maiores expectativas de vida, são sempre companhia. Todos carregam uma mesma coisa lá dentro que ninguém quer ir buscar. Esse segredo abafado, durante um tempo é um charme, depois vira mofo. Eles apodrecem cedo. Cada vez mais.
Viver é metálico.
Uma vez eu sonhei que na cidade onde eu nasci, tudo era cinza e âmbar e eu corria perseguida por nada onde não tinha mais ninguém. Só uma fumaça de perda. Encontrei todos na praça, deitados no chão, uns por cima dos outros, camadas de pessoas, os debaixo já deviam ter morrido, os de cima, se moviam minimamente, se arrastavam. Mas ninguém gritava, ninguém implorava, ninguém nada. Ninguém nada.
As notícias que eu recebo da cidade em que eu nasci, é que metade acompanha pastores que espancam para salvar, e outra metade apanha do crack.
Teria adiantado avisar?
Será que eu escapei? Escaparemos?
A gata quer comer. Eu pelejarei por estar faminta e alerta. Aqui.
Aqui, longe da cidade em que eu nasci, numa outra, que começa a afundar, como o Titanic. Uma cidade que adoraria ser comparada com o Titanic, apesar da tragédia.
Uma cidade de rios sufocados.
Aqui a noite nunca é preta.
Às vezes, pra suportar, tudo que importa é que no final vejamos fogos de artifício.

sara lee xxx

Thursday, January 18

Olá colegas, vim aqui dar um oi e aproveito pra dexar este site http://www.universiabrasil.net/html/materia/materia_eidd.html , eu achei bem interessante porque tem links pra entrar em alguns fóruns de discussões sobre TVs Universitárias e outras matérias bem legais, então quem tiver um tempinho passa lá tá. Bjinhos da Rhozaura